A ênfase no Projeto Político-Pedagógico, um novo desafio para o Supervisor
Profª Yara Hudik
A ênfase no Projeto Político-Pedagógico, um novo desafio para o Supervisor
Segundo Celestino Alves da Silva Jr, três idéias-força dinamizam a discussão sobre o currículo: a idéia de autonomia, a de projeto pedagógico e a de trabalho coletivo. A centralidade da idéia de projeto pedagógico e sua implicação junto às demais conduz a duas leituras reiterativas. Pode-se dizer que a autonomia da escola pressupõe a elaboração do seu projeto pedagógico e que este, para ser autêntico e se tornar viável, pressupõe o trabalho coletivo como seu modo de organização. Na direção oposta e complementar, pode-se argumentar também que o trabalho coletivo é uma condição preliminar e necessária para a elaboração do projeto pedagógico e que este é indispensável para a conquista da autonomia da escola.
Nesse novo quadro de discussão que o discurso pedagógico nos permite ver, ainda que as condições atuais de trabalho na escola brasileira insistam em retardar, configura-se para o supervisor o desafio de corresponder às expectativas que necessariamente convergirão para o seu espaço de atuação profissional. Quem, se não o supervisor, deverá coordenar encontros de trabalho, indicar leituras, propor temáticas, esclarecer conceitos?
Se a direção, a supervisão e a escola como um todo compreendem e assumem verdadeiramente o trabalho coletivo, elas sabem também que o projeto pedagógico unificador do esforço de todos os trabalhadores do ensino não pode ser reduzido à idéia de plano diretor e muito menos à idéia de “plano do diretor”. Pensar o projeto pedagógico é pensar o futuro da escola, delinear o horizonte para o qual ela encaminhará sua trajetória, é pensar “o que a escola quer ser quando crescer”. Um plano diretor, fruto da reflexão coletiva, e todos os demais que se fizerem necessários serão etapas de trabalho no rumo dessa caminhada até o horizonte pretendido.
Como se percebe,