A Ética e o Estudante de Direito
Quando se está a falar em ética, necessariamente se pensa na relação entre comportamento e intenção do indivíduo.
Toda ação comporta, necessariamente, a possibilidade de eleição de meios e fins pelo indivíduo e a determinação do comportamento pela conjuntura dos dados externos que condicionam o agir.
Parafraseando Kant, ousa-se afirmar que uma das funções do estudante do direito, dentro desta lógica, é dispensar elementos que reequilibrem as propensões internas do indivíduo e os assédios advindos dos estímulos externos, tomando uma posição frente aos desafios existenciais.
É preciso se ter em mente que o estudante de direito de hoje será o profissional advogado que lutará amanhã pela Justiça; será também o juiz e o promotor público, este último, além de parte, também o fiscal da lei. E por isso mesmo, deve permanecer sempre alerta, cuidando de praticar a ética e os bons costumes.
Sob este aspecto, o estudante de direito deve exercitar os deveres para consigo mesmo, buscando o autoconhecimento necessário ao equilíbrio e a ciência dos próprios limites. Deve, ainda, exercitar os deveres para com os colegas, para com a comunidade e para com a sociedade, de modo a suscitar uma atitude de colaboração para o bem comum. E, por fim, há de exercitar o respeito à hierarquia e a disciplina, imprescindíveis ao convívio humano, vivenciando os deveres para com os professores.
Neste contexto, a formação ética do estudante deve já começar na família, na educação dispensada pelos pais; e continuar pela vida a fora, com o indivíduo aprimorando os conhecimentos e formando seu caráter.
Contudo, também a universidade tem o seu papel na formação do estudante de direito, devendo assegurar-lhe os meios necessários para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Além do mais, é de se ter em mente que os avanços tecnológicos, o dinamismo das relações humanas, das comunicações e a globalização trazem novos desafios éticos, que não