Ética do Estudante de Direito
O autor começa este capítulo 6 orientando o debate especificamente ao campo da ética dos estudantes de Direito. Afirma, nas primeiras palavras, que ética não é um tema exclusivo de uma idade, mas uma questão fundamental ao longo de toda nossa vida.
No entanto, o que parecia ser uma discussão a respeito da relevância do tema, se transfigura numa culpa pessoal. O autor reconhece como sendo responsabilidade dos “adultos” as distorções da sociedade, a dimensão egoísta, imediatista e hedonista que orientam nosso sistema de valores.
Como incentivar a prática de ações éticas? Quando algumas pessoas de destaque na sociedade produzem, vendem e consomem mercadorias com base na sonegação fiscal.
Nesse contexto o autor desafia aos estudantes de Direito, destacando o fato que estes lidam cotidianamente com um universo que reconhece o moralmente reprovado e o eticamente certo. Apontando que o núcleo central desse comportamento deve estar na dimensão constitucional, incisos III e IV do artigo 1º da Constituição, que tratam dos fundamentos da Dignidade Humana.
Vale aqui um parêntesis uma vez que o debate a respeito da Dignidade da Pessoa Humana é um tema essencial no campo do Direito, no entanto, não se restringe a ele, uma vez que este é um assunto relacionado com a História da própria Humanidade.
O Professor da PUC, José Francisco de Assis Dias, orientado pelo estudo da obra de Norberto Bobbio, afirma que devemos considerar que quando falamos de fundamento estamos trazendo para o debate aquilo que legitima, para a razão, uma questão inequívoca na qual repousa um sistema.
Destacando que na construção do conteúdo desses argumentos, para os fundamentos absolutos, está presente uma visão de mundo particular que de certa forma se pretende válida para todos.
Porém, segundo Bobbio, de fato a sociedade “negocia” certo consenso que termina sendo traduzido numa ‘fórmula genérica’, o que não resolve as contradições interpretativas, desse