A voz livre do morro
Laura Moysetes Oliveira dos Santos Pereira
“Uma onda no ar” é um filme brasileiro escrito por Jorge Durán e Helvécio
Ratton, dirigido por Helvécio Ratton e produzido por Simone Magalhães em
2002. O filme conta a história do surgimento e desenvolvimento de uma rádio pirata localizada em Belo Horizonte.
O filme traz a história de quatro amigos (Zequiel, técnico em eletrônica,
Jorge, bolsista em uma instituição particular, Brau, que sonha viver da música, e
Roque, traficante) e uma vontade de ter uma rádio no local onde moram para que, através da mesma, pudessem expressar seus problemas, dificuldades e revoltas para “o mundo inteiro”. Roque participa da criação da rádio, mas é assassinado pouco tempo depois. Após muitos sacrifícios um estúdio é montado na casa de Jorge e a Rádio Favela consegue ir ao ar. A ideia da rádio logo foi abraçada pelos moradores do local e os comerciantes começavam a anunciar suas promoções.
A rádio vira uma espécie de “voz dos desfavorecidos”. Cobra melhorias na educação, saúde, infra estrutura etc. e isso começa a incomodar as autoridades, pois suas ondas eram transmitidas muito além dos limites da favela e sua programação entrava no ar todos os dias no mesmo horário do programa
“A voz do Brasil”, noticiário radiofônico estatal difundido obrigatoriamente em todo o País que vai ao ar todos os dias às 19h dividido em quatro ou cinco blocos
(dependendo do dia) nos quais são disseminadas informações sobre o Poder
Executivo, Poder Judiciário, e Poder Legislativo, o último dividido entre Senado e Câmara Federal.
Um dos temas mais presentes no filme é o racismo. Em uma das cenas,
Jorge, que é bolsista no colégio particular em que sua mãe trabalha como faxineira, discorda em sala a ideia preconceituosa de que a Lei Áurea conseguiu resolver todos os problemas dos negros. Jorge, que é negro, explana sobre a
situação dos que descendem de escravos discutindo a forma como vivem e todo o racismo