jubiaba
O mundo ao qual Balduíno pertence é recheado de histórias de seu povo, tanto dos seus ascendentes quanto dos homens que viveram ali: saveireiros, jagunços, sertanejos, operários, que se dão ao seu conhecimento pelas vozes narrativas dessas pessoas mais velhas: pai Jubiabá, Zé Camarão, Mestre Manuel, tia Luísa.
Narração
Jubiabá tem um narrador em terceira pessoa, onisciente, que com grande clareza, conta as peripécias do protagonista e dá voz às personagens. Observam-se, nesse romance, dois tipos de discurso, sendo o primeiro o discurso narrativizado, ou contado, em que o narrador coloca-se por detrás, conduzindo a narrativa em seu próprio nome. Pode-se citar, como exemplo, as primeiras páginas do romance: Antonio Balduíno ficava em cima do morro vendo a fila de luzes que era a cidade em baixo. Sons de violão se arrastavam pelo morro mal a Lua aparecia. [Ele] vivia metido num camisolão sempre sujo de barro [...]. A outra forma de discurso empregada pelo narrador é aquela denominada discurso mimético, na qual o narrador finge ceder literalmente a palavra à sua personagem, fazendo uso dos diálogos, presentificando as atitudes, gestos, sentimentos das personagens. Cita-se um trecho, a fim de exemplificação: – Deus lhe paga, seu comendador, essa caridade que o senhor está fazendo com o menino... Deus lhe paga dando saúde a todos desta casa... – Obrigada, Sinhá Augusta. Agora leva o menino lá pra dentro e diga a Amélia pra dar comida a ele.
O narrador, em Jubiabá, é, acima de tudo, um contador de histórias. É possível mesmo afirmar que a formação do protagonista, Balduíno, dá-se informalmente, através de relatos de histórias do povo, veiculados pelas vozes narrativas possibilitadas pela