A violência e poder sob a perspectiva de Hannah Arendt, Michael Foucault e Giorgio Agamben
Marina Cabral
Violência, poder e direitos humanos sob a perspectiva de Hannah Arendt, Michael Foucault e Giorgio Agamben
Taubaté, 03/09/2014
I. Que diferenciação Hannah Arendt faz entre violência, poder, força e potência?
II. Como Foucault concebe a diferença entre relação de poder e violência?
III. O que Agamben fala sobre a simetria paradoxal entre soberania e vida nua?
IV. Como os conceitos propostos por Agamben se relacionam com as considerações feitas por Foucault e Arendt?
Os conceitos de poder, violência, força e potência comumente se confundem e camuflam na dificuldade em diferencia-los. Corriqueiramente associamos a ideia de poder com o uso da violência, uma forma de bruta de força que sustenta potências, contudo, através de análises filosóficas sobre o assunto, percebemos que tais ideias possuem noções completamente distintas daquilo que imaginamos. De acordo com Hannah Arendt (1970), as concepções de violência e poder estão estreitamente entrelaçados, contudo não são a mesma coisa. Violência, de acordo com sua perspectiva, seria uma ruptura à autoridade e poder do Estado, uma ameaça à política, contradição à essência do governo. Vale-se da ideia de que autoridade seria o reconhecimento por parte daqueles que devem obediência, ao poder daquilo que obedecem, sem que haja necessidade do uso da força. Hannah explica ainda que poder se fundamenta na ação organizada de um grupo “x” de pessoas – tais pessoas baseadas nos poderes políticos e no princípio de representação – e se consolida, de fato, no poder do Estado. A ideia de potência se encaixa nesse pensamento. Ao mesmo tempo em que há o poder, há a potência. Potência origina justamente a palavra potencial, ou seja, capacidade armazenada para se realizar uma tarefa. A imagem que também é utilizada na física, na filosofia representa o potencial de um homem ou grupo de indivíduos em utilizar sua força para se voltar contra o poder, podendo