ECONOMIA E VIDA
BIOPOLÍTICOS CONTEMPORÂNEOS A PARTIR DE NIETZSCHE2 E
AGAMBEN3.
Sandro Luiz Bazzanella Doutor em Ciências Humanas pela UFSC. Professor de
Filosofia e do Programa de pós-graduação em Desenvolvimento Regional da
Universidade do Contestado – Campus Canoinhas e-mail: sandroba@terra.com.br
Resumo
O presente artigo parte do pressuposto de que a modernidade elege a economia como uma das principais transcendências modernas que se estabelece como substrato ontológico à existência humana. Assim, tornou-se unânime a opinião de que é por meio da economia que se pode alcançar a felicidade. Ao elevar a racionalidade gestora da economia à condição primeira da existência humana, a modernidade opera uma ruptura com a concepção de economia presente nos primórdios ocidentais da
Grécia Antiga. Inverte as relações entre política e economia, subordinando a esfera da política à esfera da gestão econômica do mundo, da vida, assim como subordina a vida pública à vida privada. Para
Nietzsche toda transcendência necessita do apequenamento do homem como condição de transformálo em animal de rebanho, dócil e obediente. O aprisionamento da vida em sua dimensão biológica, vinculada à lógica da produção e do consumo, impede que o homem se coloque diante da vida em sua máxima potencialidade como vontade de poder. Ou seja, de viver a vida transvalorando seus valores,
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Diante desta temática é oportuno fazer algumas considerações. 1. Reconhecer a amplitude das implicações entre economia e vida. Seguramente, isto remeteria à gênese das relações que os seres humanos estabeleceram entre si, com o mundo material exterior ao humano, como estratégia de sobrevivência, de construção do mundo humano, passando por uma vasta gama de teorias e formas de organização econômica, desde os tempos mais remotos. No âmbito das discussões, esta abordagem não se faz pertinente neste contexto. O argumento se evidencia na medida em que