a variação fonético-lexical
No. 2
1999
14
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Revista do GELNE
(Disponível em:
. Acesso em: 13/01/2015 -18h35).
MARIA DO SOCORRO SILVA DE ARAGÃO
Universidade Federal do Ceará
A VARIAÇÃO FONÉTICO-LEXICAL EM
ATLAS LINGÜÍSTICOS DO NORDESTE
Introdução
Ao estudarmos os falares regionais, especialmente naqueles estados brasileiros que já possuem seus Atlas Lingüísticos, e ao estabelecermos as discussões sobre Dialetologia e Sociolingüística, surge sempre a questão que diz respeito ao tipo de variação que ocorre, se as variações fonético-lexicais, por exemplo, são, realmente, regionais, dialetais, em seu sentido específico, ou se elas são sociais, sociolingüísticas.
Os especialistas de cada uma das áreas tendem a priorizar ou chamar a atenção para seu campo específico de atuação.
Por trabalharmos mais aprofundadamente com a Dialetologia procuraremos mostrar que a Dialetologia atual não é uma mera Geolingüística, como se considerava até alguns anos atrás, com o estudo, apenas, das variações regionais ou diatópicas, que produzia apenas resultados monodimensionais, monostráticos, monogeracionais e monofásicos, no dizer de ELIZAINCÍN e THUN ( 1992: 128-9), mas que estuda, também, as causas sociais e estilísticas que determinam as variações regionais, pois:
“... el Atlas lingüístico tiene la obrigación y es además capaz de dar uma imagen de la multidimensionalidad y de las interrelaciones de los fenómenos variacionales” (THUN, FORTE e
ELIZAINCÍN 1989:28).
Deste modo, a Dialetologia moderna utiliza-se, também, dos princípios e métodos da Sociolingüística, por exemplo, para caracterizar as variantes regionais e sociais daquela comunidade.
LOPE BLANCH (1978:53-4) reforça esta idéia ao falar sobre o papel da Sociolingüística nos estudos
dialetais,