Variantes linguisticas
Contextualizando
Apesar de nós, brasileiros, utilizarmos um sistema linguístico único (o português), não é preciso ser especialista para perceber a imensa diversidade com que essa língua é empregada. É como se houvesse vários portugueses, ou melhor, várias formas de se usar a língua portuguesa, sejam nos aspectos morfossintático (organização dos termos de uma oração), fonético-fonológico (quanto às questões dos sons das palavras) e lexical (o vocabulário).
Conhecendo a teoria
O indivíduo social, então, adquire a língua durante seu convívio social. Pois bem, se o falante de uma língua a usa porque convive com outros falantes, podemos inferir que ele também absorve outros aspectos da produção desses falantes e os toma para si.
Temos um exemplo clássico. Nas regiões sul e sudeste, as crianças tratam sua mãe de “mamãe” no seio da família, no nordeste, a mãe é tratada por “mainha”.Esse uso representa um laço de afetividade existente entre os filhos e os pais, e cada região escolhe uma maneira de expressá-lo. Outro aspecto muito comum é a escolha das palavras para designar as coisas. Os termos mandioca, usado no sudeste, e macaxeira, usada no nordeste. Termos também, usados diferentemente pelas pessoas, segundo sua profissão ou classe social. Um policial militar falando a respeito de uma pessoa que foi presa. Em quase todos os momentos ele irá se referir a essa pessoa como meliante ou elemento, além do mais, para o policial, a pessoa não foi presa, foi detida. Um advogado, ao se referir à mesma pessoa, vai dizer infrator ou cidadão ou, ainda, acusado, dependendo da circunstância.
O processo de uso da língua nos identifica como seres de determinado sexo, de determinada idade, de determinada posição social e de determinada região.
Se uma região adota determinada forma de utilizar a língua, uma determinada forma de falar, e outra região, outra, os falantes dessas comunidades terão um repertório tanto léxico quanto fonético diferente