Variantes linguísticas
Curso: Comunicação Social Disciplina: Português I Prof: André Gabrich
Diferentemente do que muitas pessoas, em especial gramáticos, acham, dizer que existe certo ou errado na língua portuguesa é não considerar suas variantes e transformações no decorrer do tempo. À língua não se atribuem características que a classifiquem como imutável, uniforme, visto que ocorrem variações desta em função da região, tempo, situação, classe social, idade. De acordo com o artigo da Revista Veja escrito pelas jornalistas Renata Betti e Roberta de Abreu Lima é errado dizer que “a norma culta, ancorada na gramática, é só mais uma entre as várias maneiras de expressar-se”. Assim como elas - segundo o texto ”Os Aldovrandos Cantagalos e o preconceito lingüístico” de José Luiz Fiorin- certos famosos da língua, como o professor Pasquele, consideram que “a gramática normativa estabelece padrões de certo e errado para as formas do idioma”, ou seja, colocam a norma culta fundamentada na gramática como um ideal de língua a ser seguido. Visto isso, vale ressaltar que visões como estas não consideram a criação da língua, bem como suas mudanças, através de usos ao longo de um processo histórico, não analisam suas variações e acabam por determinar nascimentos de preconceitos, sobretudo o lingüístico. Saber língua portuguesa é conhecer suas variantes, aceitá-las e entender que estas definem tribos e determinam a identidade de seus membros. Como diz Fiorin: “O preconceito não tem originalidade, surge sempre da intolerância em relação à variação e á mudança”. Além disso, os preconceitos relacionados à língua são determinados muitas vezes pelo meio, ou seja, sofrem grande influência de fatores extralingüísticos sejam eles políticos, econômicos, socioculturais. Uma das grandes disseminadoras do preconceito é a mídia, que através de jornais, televisão, programas de rádio alastra pela sociedade conceitos dos “autodeclarados