A trajetória da Filosofia
A Filosofia, como postura humana que anseia por um conhecimento racional, global, sistêmico, coerente, das realidades humanas e extra- humanas, é um fenômeno original da Grécia.
Por trás da cultura hindu, japonesa, indígena etc., percebe-se o pensamento filosófico, mas o sistema de apanhar o existente e abarca-lo com um pensamento profundo, amplo, ordenado, coeso, coerente e preciso foi originalidade grega.
Foi um plantio helênico que enraizou todo o pensar de nosso mundo ocidental. A civilização da Europa ocidental e, pela colonização, também da América, ergue-se sobre três colunas mestras: a espiritualidade judaico-cristã, o direito romano e o pensamento grego. Até a nomenclatura dos estudos e ciências dificilmente escapa da Grécia. Nem a atualíssima ciência da computação conseguiu fugir dos tentáculos gregos e registrou-se como “cibernética” (do grego tékne kibernetikê: “a arte do piloto”).
Os estudiosos atribuem esta primazia a alguns acontecimentos históricos que a Grécia teve competência para operar e que influenciaram substancialmente o modo grego de pensar. Foram estes:
Viagens Marítimas : Descobrindo locais e regiões remotas, habitadas segundo a imaginação por monstros, deuses, gigantes... perceberam que nada disso existia. Desencantaram-se das explicações míticas e buscaram explicar tudo racionalmente;
Invenção do Calendário: A passagem e mudança do cosmo podia ser medida. O tempo era algo natural e podia servir como baliza para se analisar os fatos, as coisas...;
A criação do dinheiro: O ato material e concreto da troca ficou abstrato. Exige cálculo, discussão de valores, análise de materiais etc.;
O surgimento das cidades- Estado: A complexa vida do aglomerado urbano forma uma intrincada teia de relacionamentos onde tudo precisa sofisticar-se e evoluir. Neste emaranhado quem não se atualiza morre. Além do mais a vida em sociedade cria instituições para sua manutenção; por exemplo, a política e suas leis, o sistema