A tragédia grega
A finalidade da poesia épica é manter a tradição, registrar os fatos heróicos, garantindo-lhes a sobrevivência; preservar a memória do herói, do ser que se coloca entre a divindade e o homem comum, partilhando da natureza dos deuses (semideus, pessoa de filiação divina) ou operando como instrumento divino, sendo a pessoa que realiza coisas que os outros não são capazes de realizar.
Este estudo trata sobre o herói virgiliano, ou mais precisamente sobre Eneias. Mas antes de revelar-mos um pouco sobre este herói devemos mostrar de onde ele surgiu. Pois bem, Eneias é o herói de “Eneida”, esta é uma epopéia em doze cantos, escrita em versos por Virgílio em seu retiro na Campânia durante os últimos 12 anos de sua vida (30-19 a.C.), ou seja, após o estabelecimento definitivo do principado de Augusto.
Trata-se de uma epopéia nacional para celebrar a origem e o crescimento do Império romano. Seu fundamento é a lenda segundo a qual Eneias, após a queda de Tróia e longas viagens erráticas, fundou uma colônia troiana no Lácio, a fonte da raça romana. A característica marcante do poema é a concepção da Itália como uma única nação, e da história romana como um todo contínuo desde a fundação da cidade até a expansão completa do Império. “Eneida” assemelha-se muito as epopeias homéricas, combinando em seu poema as peripécias de uma viagem constante de “Odisséia” e as proezas marciais de “Ilíada”.
Desenvovimento
“Eneida” se assemelha muito das epopeias homéricas quanto a sua composição, por exemplo, também se inicia com uma invocação como podemos ver na seguinte citação:
“Musa, relembra-me as causas: foi por ter sido ferida em sua divindade ou por que outra razão, que a magoada rainha dos deuses teria obrigado um varão insigne por sua piedade a envolver-se em tanta desgraça, a enfrentar tanta luta? Porventura tão grandes iras se abrigam nos espíritos celestes?” (I, 8-11).
Outro ponto interessante é a também presente nas epopeias