tragedia grega
O Teatro Grego no decorrer do V século (todas as datas são anteriores a sigla A.C.), pode-se mesmo dizer, colocou em cena questões que diziam respeito à Cidade Grega, a pólis. Sendo a Cidade apenas concebida enquanto o grupo concreto dos cidadãos, esta célula inaugurava um novo tipo de convivência, a política, ou seja, uma problemática, propostas, debate, votação, decisão, tudo isso se dava de forma pública entre os considerados cidadãos, ora um grupo mais restrito, ora mais alargado. Atenas foi onde essa possibilidade de atividade política se alastrou para um maior número populacional. Assim, a Tragédia Grega discute noções como: poder, possibilidades e limites da ação humana. Tudo isto articulado, diante de um público no teatro de Dioniso, pelos valores democráticos da pólis. O presente artigo pretende ter o caráter de uma introdução à Tragédia Grega. Do meu ponto de vista o trágico é a manifestação do pensamento político em forma de espetáculo. Desta maneira, pretendo neste estudo realizar algumas considerações sobre a Tragédia Grega enquanto manifestação política.
Mas a questão da matéria trágica suscita uma pergunta: qual o motivo (os) fez os gregos, mais especificamente os Atenienses, se interessarem intensamente pela Tragédia? Se a Tragédia fala a pólis e sobre esta, cabe aqui, em linhas gerais, caracterizar esse modelo de convivência inaugurado pelos Gregos. Uma caracterização do ponto de vista político, com isso quer-se dizer, a partir do