A Superfície

2.1.1 A Superfície

A Superfície está relacionada aos conceitos de área (definida por comprimento e largura), parte externa dos corpos e aparência. Mas sua designação pode dar-se de forma bastante abrangente, e como fez Schwartz (2008), é até possível encarar o tema a partir de três abordagens distintas: A Representacional, relativa à geometria e representação gráfica; A Constitucional, relativa aos materiais e procedimentos técnicos; e a Relacional (sujeito-objeto-meio) relativa à semântica, cultura, ergonomia, produção, mercado, etc.
Ao pensarmos a Superfície sob o ponto de vista da geometria, podemos vê-la como um “envelope do volume” (Le Corbusier, 1981), que limita ou delimita, em todo ou em parte, algo. Ela circunscreve corpos. Por isso, apesar de ser bidimensional, a Superfície é percebida no espaço tridimensional e se insere nele. Levando isso em consideração Schwartz (2008), a partir de Barachini (2002), nos propõe dois conceitos bastante interessantes: o de Superfície-Objeto (SO), que constitui o volume; e Superfície-Envoltório (SE), que o caracteriza. Dando uma breve explicação para cada um deles, a SE caracteriza o envoltório a partir do volume já configurado, mesmo que pouco expressivo. O objeto já está apreendido no volume e a superfície tem caráter modificador. Alguns exemplos são texturas sobre objetos, estampagens, gravações e entalhes sobre suportes. Já a SO é intrínseca e organizada simultaneamente ao volume, ela estrutura o objeto. Exemplos: Estruturas biotêxteis, tramas e arranjos.
A segunda abordagem possível para o assunto é a da Superfície enquanto matéria. Manzini (apud. Schwartz, 2008, pág.26) afirma que a superfície “é a localização do conjunto dos pontos em que acaba o material de que o objeto é feito e começa o ambiente exterior.” Nesse sentido ela se dá como uma fronteira, que pode diferir das camadas internas e influir na intensidade de trocas e relações com o meio - e em ultima instancia - com o sujeito. Ela pode consagrar ou