A solução possível para a impunidade do colarinho branco
O leitor já deve estar enjoado do assunto, mas peço licença para solicitar este último esforço de paciência. Doravante, minha insistência desabará diretamente sobre o sofrido e heterogêneo Poder Legislativo, onde ainda há muitos idealistas almejando um país melhor.
Com relação ao título do artigo, adianto a solução: ela está na via legislativa, não na judicial (interpretativa). Depende, porém, do empenho dos “lobistas do bem” para se tornar lei, realidade. É necessário esclarecer, com argumentos insofismáveis, o legislador federal para que se posicione em um assunto aparentemente complexo — não o é, vista a matéria com honestidade — mas manipulável conforme as conveniências pessoais. Não se trata de “mais uma lei...” — como reage, de modo cansado, o país. Vamos ver quem a apóia e quem a combate. É imprescindível que este artigo chegue aos olhos do legislador — é o que, doravante, vou fazer —, mas ajudaria bem se houvesse pressão de um lobby importante, da magistratura, eqüidistante, interessado em corrigir uma situação que coloca atualmente o país entre os mais corruptos do mundo, segundo pesquisa recente de entidade internacional.
É impossível negar a sensação de desânimo e incompreensão da maior parte da população no que se refere ao desempenho do Poder Judiciário, em termos de eficácia contra “os grandes”. Mesmo sendo os juízes — em sua vasta maioria —, honestos e trabalhadores, o crime financeiro acena com muito mais possibilidade de sucesso do que de prejuízo no Brasil. É só abrir o jornal e ler o escândalo financeiro do dia. O prejuízo, se descoberta a infração — o que nem sempre ocorre —, estaria quase só em termos de susto e má-reputação. Por uns tempos, ressalve-se, porque a riqueza é um ótimo removedor de manchas. E o dinheiro dificilmente é recuperado. Pode estar em qualquer parte do planeta. De forma