A sociedade conflitante e em conflito
A sociedade, conforme definição da autora Maria das Graças Rua, “é um conjunto de indivíduos, dotados de interesses e recursos de poder diferenciados, que interagem continuamente a fim de satisfazer às suas necessidades”, ocasionando assim uma diversidade de interesses e de visões que acabam por serem muitas vezes conflitantes. Nesse momento ocorre a necessidade de se debater, confrontar e negociar uma solução onde haja certo consenso mínimo.
Para chegar a tal processo democrático, a sociedade acaba precisando de um sistema mediador que traduza as solicitações da população e trace parâmetros objetivos para a elaboração, implementação e avaliação das políticas necessárias nesse mecanismo. É uma formulação complexa devido à fragmentação das organizações, apesar das iniciativas de articulação de alguns setores já auxiliarem a vislumbrar alguns elementos do conteúdo e processo na estruturação dessas políticas públicas, como: sustentabilidade, democratização, eficácia, transparência, participação e qualidade de vida.
O sistema mediador adotado ainda quase que totalmente vincula às instituições públicas essa obrigação, uma vez que o planejamento se refere a questões que interessam a todas as pessoas que elegem seus representantes para planejar e executar políticas públicas nas suas mais diversas áreas. Numa democracia, os eleitores têm o direito e o dever de saber e de opinar sobre todas as decisões políticas presentes e futuras, uma vez que os deputados estaduais são eleitos para elaborar leis, fiscalizar as ações do governo e representar seus eleitores nas discussões sobre as ações e as políticas desenvolvidas pelo Estado. São, portanto, agentes políticos fundamentais para que a população seja ouvida e consiga ver seus interesses considerados no planejamento do Estado, e a participação da sociedade nesse processo, seja atuando de maneira direta, seja acompanhando as discussões, é fundamental para que os problemas públicos