A Soberania Da Igreja Em Diversos Aspectos 1

A soberania da Igreja em diversos aspectos, entre eles cultural e jurídico, é bastante evidenciada durante o filme. Ela tinha poder sobre tudo, e até mesmo nomeava membros eclesiásticos para assumirem diferentes cargos políticos. A biblioteca dos mosteiros, por exemplo, local onde eram postos livros e pinturas, era restrita à Igreja, onde o acesso às obras só podia ser feito por monges específicos ou pelos próprios bibliotecários e não pelo povo, podendo assim haver um controle do conhecimento para que ele fosse apenas difundido pela Igreja, de acordo com suas pretensões. E, além disso, havia um controle até mesmo entre os próprios membros do mosteiro, onde o Livro II da Poética de Aristóteles, proibido, que abordava o riso como instrumento da verdade (o mesmo era condenado por um dos monges pois acreditava-se que o riso era um sinal de dúvida sobre Deus), teve suas folhas envenenadas para evitar que qualquer pessoa curiosa demais pudesse lê-las, já que os monges tinham costume de molhar seus dedos com a boca para folhear as páginas, sendo essa uma das causas dos diversos assassinatos do longa.
Para a Igreja, era extremamente fácil manter esse poder ideológico na mente das pessoas, pois estas eram ameaçadas de estarem profanando ao Diabo e não à Deus caso viessem a discordar. Já que não havia escola para civis, apenas para padres, era difícil para a população colocar seu senso crítico em prática para discordar de tal afirmação dita pela Instituição, facilitando o poder persuasivo dela.
A Igreja era absoluta, contrária à ciência e à razão, julgando e condenando qualquer pessoa que fosse adversa aos ensinamentos ou simplesmente questionasse algum deles. Guilherme de Baskerville, personagem que representava os franciscanos, questionava exatamente essa monopolização ideológica da Igreja. Utilizava-se da ciência e da razão para solucionar os crimes ocorridos no mosteiro, trabalhando sob a evidência e a observação, obviamente desagradando a todos na abadia. Essa