A Riqueza das Nações - Capítulo 5
Toda pessoa é rica ou pobre de acordo com a quantidade de serviço alheio que está em condição de encomendar ou comprar. O valor de uma mercadoria quando deverá ser trocada por outros bens é igual à quantidade de que essa mercadoria dá condições de comprar ou comandar. O preço real da mercadoria é o que custou o trabalho e o incômodo para ser adquirida. Quando a pessoa que adquiriu essa mercadoria quer vendê-la, o preço real dela será o trabalho e o incômodo que essa pessoa pode poupar a si e impor para outros. O trabalho é o primeiro preço – o trabalho utilizado para produzir e o trabalho utilizado para comprar, o dinheiro de compra original que foi pago por todas as riquezas do mundo.
Pensemos numa grande quantidade de dinheiro, essa fortuna é maior ou menor na proporção do poder que tem sobre todo o trabalho ou produto que está no mercado. “O valor de troca de cada coisa será sempre exatamente igual à extensão desse poder que essa coisa traz para o seu proprietário”. Não é fácil encontrar um critério exato para medir a quantidade ou o engenho exigidos por um determinado trabalho apesar de o trabalho ser a medida real do valor de troca de todas as mercadorias. “Pode haver mais trabalho em uma tarefa dura de uma hora do que em duas horas de trabalho fácil” ou “mais trabalho em uma hora de aplicação a uma ocupação que custa dez anos de trabalho para aprender, do que em um trabalho de um mês em uma ocupação comum e de fácil aprendizado”. Através de regateio de mercado, de acordo com igualdade aproximativa, é ajustada a troca, que embora não exata é suficiente para a vida diária normal. É mais comum estimar o valor de troca de uma mercadoria pela quantidade de alguma outra mercadoria do que com base no trabalho que ela pode comprar, e ainda mais comum utilizar o dinheiro como instrumento do que por um produto. Logo é mais frequente que o valor de troca seja