a revolução brasileira
O termo revolução pode ser entendido de várias formas, e o autor aponta para a necessidade de especificarmos um sentido estrito para discussão, sendo ao seu ver apropriado o sentido de uma singular transformação de estruturas econômicas e políticas em uma sociedade de modo a substituir instituições que não mais correspondem às necessidades dessa sociedade. Essa descontinuidade institucional, embora resultado de um processo lento de modificação social se dá efetivamente em um momento específico, geralmente envolvendo um processo violento de tomada de poder por uma classe antes excluída, uma insurreição, o que geralmente é confundido com a revolução. O autor frisa que uma revolução é o resultado a longo prazo de várias transformações pontuais decorrentes do processo dialético de superação de contradições inerentes às estruturas econômicas vigentes, e não um movimento que se dê de forma única e objetivamente orientada. De outra forma, a revolução não passa de utopia e teoria, imaginada mas não vivida pelos reais agentes dos processos políticos e, assim, não há como de se concretizar. A prioridade da realidade sobre o planejamento, da práxis sobre a teoria, é enfatizada pelo autor de maneira a demonstrar a inadequaçao da ação política dos movimentos revolucionários (comunistas) no contexto brasileiro, o que teria levado ao fracasso do movimento de transformação iniciado e ao golpe de estado militar de 1964. Essa inadequação se daria pela utilização de modelos teóricos exógenos para a leitura e interpretação da sociedade brasileira, em lugar de efetivamente observar e atuar sobre a realidade propriamente dita experimentada pelos atores nacionais. A origem desse descompasso ou inapropriação seria a tomada da experiência revolucionária em outras regiões como Europa, Ásia e África, como uma lei do processo revolucionário e não como eventos ou acontecimentos que apresentam suas características específicas que não necessariamente se