Estudo dirigido de "A Revolução Brasileira" de Caio Prado
Em sua obra, “A Revolução Brasileira”, Caio Prado Junior faz uma crítica às teses do Partido Comunista Brasileiro e, ao mesmo tempo, uma autocrítica, quanto as origens do Brasil e a razão histórica do atraso do país. O autor denuncia que as teses do Partido baseavam-se em uma “teoria importada”, ou seja, uma teoria marxista pensada em outro contexto político, econômico e social diferente do Brasil. A partir disso, ele pensa em mecanismos possíveis para realização de transformações sociais, políticas e econômicas que solucionassem a questão do atraso do Brasil e permitindo seu desenvolvimento. Mecanismos, os quais, se diferenciavam dos propostos pelo Partido. A teoria marxista na qual se baseavam reconhece um processo de evolução, no qual se iniciaria no sistema feudal, desenvolveria o capitalismo e, posteriormente, com todas as contradições do sistema capitalista bastante expostas, o desenvolvimento do socialismo. Partindo dessa ideia, as teses do Partido consideravam que o Brasil teria sido feudal e que ainda existia “restos feudais” que atrasavam o desenvolvimento do país, explicando a razão do atraso. Por isso então a revolução deveria ser democrático burguesa, a fim de eliminar esses “restos feudais”, desenvolver o capitalismo e posteriormente o socialismo, seguindo a teoria etapista. Reconheciam, por exemplo, nas relações de trabalho de “parceria”, elemento do sistema de produção da agropecuária brasileira, a relação feudal entre camponês e senhor feudal. Caio Prado, ao contrário, afirma que o Brasil já surgiu capitalista ou semi-capitalista, mesmo não encontrando relações sociais de trabalho propriamente capitalistas. Segundo ele, o país nunca foi feudal, portanto não poderiam existir restos feudais. Explica a razão do atraso pela dominação de oligarquias nacionais, as quais se formaram no período rural e se transformaram no que hoje é o hegemônico agronegócio, ao terem incorporado tecnologia, capital