resenha caio prado
Militante do Partido Comunista, Caio da Silva Prado Junior nasceu em São Paulo, em 11 de fevereiro de 1907. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo em 1928, exerceu mandato eletivo, alguns cargos dentro do partido político e em 1933 escreveu seu primeiro livro: “Evolução Política do Brasil”. Crítico ferrenho da conjuntura política, inclusive das concepções de seu próprio partido e da esquerda brasileira, obteve grande repercussão e controvérsias com o livro “A Revolução Brasileira”, de 1966, contudo, o livro objeto desta resenha, “Formação do Brasil Contemporâneo” é sem dúvida, aquele que mais contribuiu para o conhecimento sobre o Brasil. Sob uma ótica profundamente marxista, o autor desvenda os meandros da realidade brasileira desde a colônia até a formação da nação com grande habilidade. Caio Prado Junior supera os autores que também enveredaram por um caminho marxista e se equipara ou supera os demais autores que antagonizaram ou se abstiveram de posicionamento ideológico na interpretação e análise da formação do Brasil. (RICUPERO, 2000) Além da sua perspectiva marxista, Caio Prado Junior também utilizou conceitos oriundos da Geografia e História, subsídios adquiridos em cursos que não chegou a completar na Faculdade de Filosofia da USP. (DACOL, 2004) Na concepção de Fernando Henrique Cardoso, Caio Prado Junior está entre os autores dos “livros que inventaram o Brasil”, com esta obra que foi originalmente publicada em 1942. Na segunda parte, intitulada de “sentido da colonização”, o sistema colonial é esmiuçado de forma a identificar uma das molas propulsoras de sua própria instauração, que é o mercado. A exploração comercial e os interesses mercantilistas transformam as áreas descobertas em colônias fornecedoras de produtos e riquezas para os mercados europeus. A exploração também decorrente de demandas econômicas, políticas e religiosas fazem das colônias empreendimentos essencialmente comerciais, onde