A representação o do Indio
A identidade é uma construção simbólica e imaginada, formada a partir da composição de um lugar para si e do reconhecimento de diferenças no Outro. O sujeito constrói-se sobre narrativas e discursos,sendo a iconografia uma das linguagens em que se realiza essa narrativa.
Nos limites sempre renovados e refeitos entre o “eu” e o “Outro”.O sujeito pós-moderno, surge fragmentado, composto por várias identidades, que podem até ser contraditórias. Um dos fragmentos dessa identidade é a crença no pertencimento a uma cultura nacional.
Nos livros didáticos de História, as representações iconográficas são de três sujeitos tidos como “fundadores” da cultura nacional brasileira, classificados como “índio”, “negro” e “branco” na narrativa histórica dos livros didáticos podem colaborar na construção do sujeito brasileiro de hoje,fundamentando a identidade nacional.
As representações dos negros e índios nos livros didáticos, ao meu ver, estão normalmente carregadas da ideologia do grupo dominante. Esses, que na maioria das vezes, não têm a oportunidade de escrever sua história, ou seja, a sociedade brasileira acostumou-se em ver negros e indios desempenharem papéis sociais subalternos e desvalorizados no contexto social, e a ver os brancos como “papeis superiores”.
Assim, as ilustrações presentes nos livros são sugestivas por veicularem, em sua materialidade, representações de valores e crenças próprios de uma comunidade imaginada, tal qual a cultura nacional. Além disso, o processo educativo é propriamente um processo de “passagem” e conhecimento de valores de uma cultura, contribuinte para a formação do sujeito.
É claro que essa identidade é – e deve ser – continuamente recriada, principalmente através da contribuição do aluno, não só do livro ou do professor . Essas ilustrações, mesmo que referentes ao início da formação do povo e da estrutura social do Brasil, possibilitam movimentos de identificação