A RELEVÂNCIA DO CONHECIMENTO DE POPULAÇÕES TRADICIONAIS PARA A CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
RESUMO
Atualmente, a conservação do meio ambiente é um tema bastante discutido na sociedade como um todo, em consequência das pressões sofridas pela natureza, causadas pelo homem. A criação dos primeiros parques nacionais foi uma estratégia preservacionista, iniciada nos Estados Unidos, que pregava que a única forma de proteger a natureza era afastá-la do homem. Essa concepção foi transportada para países de Terceiro Mundo, como Brasil, esbarrando em uma realidade ecológica, social e cultural totalmente distinta. Discute-se, então a importância das populações tradicionais no interior dos ecossistemas naturais. Nasce uma nova ciência, a etnoconservação, que valoriza o conhecimento e as práticas de manejo dessas comunidades para a conservação do ambiente em que habitam. O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão literária sobre os aspectos jurídicos a cerca da inserção dos saberes de populações tradicionais neste novo modelo de conservação da natureza (Etnoconservação).
PALAVRAS CHAVES: Etnoconservação, natureza, parques nacionais.
INTRODUÇÃO
No cenário atual, as mudanças ocasionadas pelas pressões ambientalistas e econômicas em todo o mundo permutaram o interesse da ciência e de governos contemporâneos para a conservação do meio ambiente (PEREIRA, 2010). Para tal, foi debatido e efetivado o termo sustentabilidade, que implica em usufruir dos bens da natureza, a fim de garantir que as gerações futuras também usufruam dos mesmos bens. Diante da tamanha necessidade de conter o aquecimento global, frear a perda da biodiversidade tropical, em função do crescente desmatamento, enfatizou – se na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) a necessidade de proteger as populações tradicionais e os conhecimentos que as mesmas possuem, como alternativa de conservação do meio ambiente, contrapondo-se ao modelo preservacionista importado