A questão social ontem e hoje
O processo de urbanização e industrialização (ocorrido após a Revolução Industrial) levou ao empobrecimento do proletariado, mas ao mesmo tempo, conscientizou essa classe da sua condição de exploração e levou a contestação da mesma. Assim, a questão social atingiu contornos problemáticos, em especial para a sociedade burguesa, que para enfrentá-la recorreu à implementação de Políticas Sociais.
Segundo Iamamoto (1999, p. 27):
...a Questão Social pode ser definida como: conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade.
No Brasil, a questão social ocorre mais tarde. Isso se deve ao sistema colonial implantado, que se baseia no trabalho escravo, na monocultura agrícola e no latifúndio de exportação, que sempre foi subordinado aos grandes centros da economia do mundo, fato este que marcou a vida econômica, politica, social e cultural do Brasil. Neste período a questão social era concebida como questão de ordem moral, portanto não era entendida como responsabilidade do Estado.
Durante quase toda a Primeira República, a questão social era encarada como caso de polícia. A pobreza não era considerada como expressão da questão social e quando vislumbrada pelo Estado era tratada no interior de seus aparelhos repressivos. De acordo com Sposati (1995), os problemas sociais eram mascarados e ocultados sob a forma de fatos esporádicos e excepcionais, em que a pobreza era tratada como disfunção pessoal dos indivíduos.
A questão social deixou de ser vista como caso de polícia para ser reconhecida como uma deficiência da relação entre capital e trabalho, pois os capitalistas precisaram reconhecer que não era mais