A questão social na sociedade capitalista
Marx, em sua obra O Capital (1985), fez uma profunda crítica da sociedade capitalista e das ideologias que mascaram a sujeição real do trabalho ao capital, a alienação e a exploração da classe trabalhadora. Os proprietários dos meios de produção, retirando a mais-valia do trabalho, intensificaram o processo de acumulação do capital. A concentração dos bens de produção nas mãos de poucos, em prejuízo dos que só possuíam a sua força de trabalho, levou ao agravamento dos problemas sociais enfrentados pelos trabalhadores.
As relações conflituosas que se estabeleceram entre o capital e o trabalho configuram a questão social, problema que, a partir do século XIX, tem sido colocado em debate, com o aporte da teoria marxista. Como os desdobramentos da questão social na história serão estudados posteriormente, foram selecionados dois pontos para a discussão: a exploração e a alienação.
Marx, a partir do valor do trabalho, construiu o conceito de mais-valia. O autor explica, então, que no modo de produção capitalista, o processo de trabalho é também um processo de exploração, porque se dá uma apropriação do excedente do trabalho pelo capitalista (1985). O trabalhador, que nada possui, se vê obrigado, assim, a vender sua força de trabalho para poder sobreviver, e a burguesia, detentora dos meios de produção, enriquece, se apropriando da mais-valia. A acumulação crescente levou o sistema capitalista a expandir-se, assumindo cada vez mais o controle de todos os recursos materiais e humanos, e colocou esse imenso potencial a serviço de um processo produtivo cada vez mais eficiente, associado ao desenvolvimento