O Autor Sandel, Michael expõe em sua obra: Justiça, O que é fazer a coisa certa, através do Cap. V que tem o subtítulo ¨O que importa é o motivo¨(Immanuel Kant), onde, através de uma síntese, será desenvolvido o raciocínio do tema, que, já de início, conforme Palavras do Autor: ¨A filosofia de Kant não é fácil. Mas não permita que isso se transforme em um empecilho ao seu estudo. O esforço vale a pena, porque as implicações são enormes¨(...). Kant inicia com uma severa crítica ao utilitarismo, doutrina ética que prescreve a ação (ou inação) de forma a otimizar o bem estar do conjunto dos seres sencientes . O utilitarismo é então uma forma de consequencialismo, ou seja, ele avalia uma ação (ou regra) unicamente em função de suas consequências. Para Kant, quem considera que existem direitos humanos universais, via de regra, não tem tendência ao utilitarismo, ou seja, a vida humana não é mero instrumento. A defesa dos direitos humanos poderia ser feita pensando no benefício que traria ao longo prazo para a sociedade, mas essa defesa não consiste do valor dos direitos humanos em si; nem á partir dos direitos dos indivíduos como tais. Bem, se não é porque a maioria das pessoas ficarão felizes que defendemos os direitos humanos, então porque o fazemos?. Para os libertários poderia ser pelo fato de sermos donos de nós mesmos, porém, isso é problemático: como aceitar um mundo no qual inexistisse redes de segurança coletivas, em que cada um, em especial, como agentes do mercado, fosse dono absoluto de “seus” direitos? Nem Locke aceita uma liberdade absoluta resultante da propriedade (de si), e invoca Deus como fonte dos direitos inalienáveis, mas num mundo plural, essa invocação pode não ser plenamente aceita. Além do pensamento libertário, onde a distribuição justa de renda e riqueza, é aquela que tem origem na livre troca de bens e serviços, onde seria uma injustiça um regulamento desse mercado, pois viola a liberdade individual de escolha, existe também a abordagem,