A publicidade infantil é ética?
Alguns especialistas apontam que tal comportamento agressivo é decorrente da ‘contra-educação’ que as crianças vem recebendo por meio da publicidade cuidadosamente planejada pelas empresas transnacionais ou corporações.
No documentário “The corpotation” (boicotado pelas tvs dos EUA e daqui), Suzan Linn, psicóloga da Universidade de Harvard (EUA), denuncia que a manipulação infantil para comprar produtos ficou mais sofisticada a partir de 1998, quando duas grandes corporações (WIMCC e a LRW [1]) conduziram um estudo sobre a teimosia infantil. “Este estudo não era para ajudar os pais a lidar com a teimosia. Era para ajudar as corporações ensinar [ou ‘doutrinar’] as crianças para teimar por seus produtos de maneira mais eficiente”, declara Linn.
Ou seja, qualquer família de hoje não consegue enfrentar o bombardeio de mensagens televisivas, alimentado por 12 bilhões de dólares por ano pelas empresas norte-americanas, para manipular o comportamento dos filhos por meio da publicidade e do marketing das grandes empresas. A ideologia subjacente nessas mensagens publicitárias, no fundo, tem o propósito de formar futuros cidadãos não críticos ao sistema e dóceis aos apelos do consumismo globalizado.
Proibir ou regrar?
Organizações não-governamentais, o Congresso, o Ministério Público e o governo brasileiro, hoje, discutem restrições sobre a propaganda de produtos para crianças. Apelos publicitários considerados imorais do tipo “peça para a sua mãe comprar isso" ou aqueles que passam a idéia de que a criança ficará “mais forte”, “legal”, “inteligente”, “feliz”, devem sofrer restrições.
Mais do que debater se é ético fazer publicidade para induzir as crianças e adolescentes a pressionar os pais comprar um objeto,