A Psicopatologia
Mais ou menos nessa época, meados do século XX, têm-se a maior difusão da Fenomenologia, que nasce como uma filosofia, melhor explicada pela re-leitura de Husserl, feita por Merleau-Ponty no prefácio da Fenomenologia da Percepção (1945):
“A fenomenologia é o estudo das essências; e todos os problemas, segundo ela, voltam a definir as essências: a essência da percepção, a essência da consciência, por exemplo.
Mas a fenomenologia é também uma filosofia que recoloca a essência na existência, e não pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra forma, que não seja a partir de sua facticidade. É uma filosofia transcendental, que põe em suspenso, para compreendê-las, as afirmações da atitude natural, mas é também uma filosofia para a qual o mundo já está sempre lá, antes da reflexão, como uma presença inalienável, e cujo esforço de reencontrar o contato ingênuo com o mundo pode lhe dar, enfim, um status filosófico. (p. I)”
A fenomenologia tinha como máxima a obtenção de um conhecimento verdadeiro, livre de pressupostos (redução fenomenológica), buscava por assim dizer, a abstração de tudo o que o sujeito sabe previamente sobre determinado objeto, à partir de sua própria ótica, para melhor conseguir entendê-lo. Ao mesmo tempo, na psiquiatria médica e psicanalítica, os médicos lançavam olhar objetificante e generalizador para o “doente mental”, entendendo seu sintoma/sofrimento à partir do que os manuais podiam englobar, deixando em último plano o significado que tal