psicopatologia
Casos Clínicos
1. Ter uma ideia global do conjunto das manifestações clínicas, sem saltar logo para diagnósticos, olhar para as manifestações clínicas e percebê-las.
2. Há ou não psicopatologia?
3. Natureza orgânica ou funcional?
4. Patologia neurótica ou psicótica?
5. Diagnóstico
6. Perspectiva compreensiva de acordo com modelo teórico
7. Plano de intervenção terapêutico
Caso clínico 1
D. Antónia, 50 anos
Aparece no consultório, na hora e dia marcados, a arrastar-se amparada por 2 amigas. Amigas assistem à primeira sessão.
Percurso de vida difícil na infância e adolescência, família pobre, teve que trabalhar logo após concluir ensino obrigatório em limpezas. No entanto, tem boas recordações da infância, sobretudo do pai, não tinha má relação com a mãe mas era a menina do papá. Os irmãos mais velhos tinham uns certos ciúmes dela, e nunca foram muito próximos.
Jovem adulta acaba por não estabelecer nenhum laço afectivo mais forte, não casou. Segundo ela os homens que se aproximaram não tinham intenções sérias.
Aos 40 anos, já sem esperança, vai trabalhar para uma agência bancária e o gerente (mais velho), tinha ficado viúvo e encantou-se por ela e casaram. Estiveram casados 8 anos, muito felizes, deixou as limpezas e ele reformou-se e passaram a viver um para o outro.
Ele tinha filhos já casados, que ao princípio não gostaram muito da ideia achavam que ela era uma aproveitadora, mas com o tempo perceberam que não e acabaram por aceita-la. Os irmãos dela acabaram por se afastarem ainda mais, em parte por vergonha de não se saberem comportar perto do senhor. O pai morreu pouco depois de ter casado, mas a morte do pai ficou contrabalançada com o casamento. A mãe já tinha falecido antes do pai.
Nunca deixou de se dar com as amigas de infância (as duas que estavam com ela).
Ao fim de 8 anos de casamento o senhor teve um enfarte e morreu. Esta morte súbita ocorreu mais ou menos 2 anos antes da consulta.