A propriedade como origem das desigualdades
Gustavo Nori Testa
1. Introdução
O homem inicialmente vivia isolado, sozinho de maneira breve a aculturado. Não interagia com seus semelhantes, nos primórdios da humanidade, não havia ainda nenhuma espécie desenvolvida de linguagem, mesmo que gestuais. A humanidade convivia entre seus semelhantes, limitava-se no máximo a relações de caráter reprodutivos ou da mãe para com sua prole de maneira breve pois tão logo os filhos pudessem caminhar por si, já eram deixados ao destino do mundo natural.
Com o surgimento desses primeiros grupos humanos, de convivência inicialmente ea partir desse um maior desenvolvimento das relações entre seus componentes, surge a linguagem e atrelado a ela o conceito de propriedade privada, inicialmente sob um aspecto coletivo mas que posteriormente caminhou em um sentido privado.
Segundo Jean Jacques Rousseau, estão ai concentrados os fatores que iniciariam as desigualdades entre os homens. Este pensamento aflora, principalmente, em seu Discurso sobre a Origem das Desigualdades. Neste fator se alicerçariam os pilares de todas as formas de desigualdades civis entre os homens, pois as naturais, são inerentes ao ser humano e por si mesmas, isoladamente, não justificam o surgimento das mesmas.
É sob a ótica da filosofia grega, em especial Aristóteles quando trata do problema sob a perspectiva da conduta individual de cada individuo e identifica o problema a ser combatido. Apresenta ele uma possível solução ao dilema humano da sobrevalorização do “ter” (propriedade) em detrimento do “ser”. Ensina que a solução estaria através da orientação da conduta de cada individuo que se daria por meio da educação que cada um deva receber.
2. A Origem das Desigualdades e a Propriedade Privada
Limitava-se esse homem “primitivo” à coleta para sua subsistência diária, a noção que possuía sobre a vida limitava-se somente ao presente, o momento instantâneo, as necessidades instantâneas. As relações