a proposta dos paradigmas
Prof. Dr. Eliseu Savério Sposito (*)
Os geógrafos têm se pautado, para realizar suas investigações, sejam elas de busca empírica da informação geográfica, sejam de reflexão epistemológica do conhecimento elaborado, em vários paradigmas para elaborar suas idéias. Considerando-se que um paradigma se define, em termos gerais, pelo conjunto de idéias, teorias e doutrina, construídos com a intermediação do método, que caracterizam uma tendência científica, pode-se afirmar que, historicamente, nos últimos 50 anos, houve dois grandes grupos de paradigmas que foram fundamentais na orientação metodológica da produção do conhecimento geográfico.
É esta temática que nos propomos a abordar, organizando algumas características para o debate que se apresenta. Não é propósito, neste texto, esgotar as possibilidades de confronto das idéias, mas apenas levantar informações para contribuir com a discussão na necessidade de se colocar frente aos principais elementos que norteiam a construção do pensamento geográfico.
Partimos, inicialmente, do pressuposto de que uma teoria (o mesmo pode ocorrer com um conceito, por exemplo) pode ter três encaminhamentos. O primeiro deles, aquele que é mais fácil de ser identificado, é a teoria se consolidar e perdurar norteando o pensamento científico por longo tempo. Outro encaminhamento é a sua superação por outras teorias e/ou paradigmas, mesmo antes que ela se consolide completamente. Finalmente, a terceira opção é a de que a teoria pode ser negligenciada ou esquecida, não se tornando referência para estudos científicos.
A relação das teorias com os paradigmas é fundamental para a compreensão desse raciocínio porque esses são dois elementos sem os quais a ciência não se desenvolve.
Depois dessa pequena advertência, vamos voltar aos dois grandes grupos paradigmáticos que já mencionamos acima. Um desses grupos, baseado nos fundamentos do neo-positivismo, teve a linguagem matemática, a