Ciência I - 2ª Avaliação, Uma Análise Crítica Da Concepção De Ciência De Thomas Kuhn
A partir de então, alguns cientistas mudam a sua prática profissional, eles começam a investigar soluções para a anomalia que não estão mais no bojo do paradigma, Esta prática, que podemos dizer ser de uma ciência extraordinária, ocorre paralelamente à da ciência normal, pelo curto período em que emerge uma anomalia no paradigma vigente e este ainda não foi substituído por outro que dê conta da anomalia.
Kuhn descreve a passagem de um paradigma ao outro por meio de uma revolução científica. Os avanços obtidos pela ciência normal, ou seja, durante o período em que vigorou um determinado paradigma, é acumulativo; porém, de um paradigma ao outro ocorre, não por meio de uma transição, mas antes através de uma revolução, ou seja, de uma ruptura brusca com o paradigma anterior, e o estabelecimento de outro. Nesta passagem, o avanço científico é não acumulativo, quer dizer, as concepções de mundo do paradigma anterior e do que foi estabelecido após a revolução são incomensuráveis.
A teoria sendo, por sua vez, um dos elementos constitutivos do paradigma vigente, resultará, por conseqüência, que a ocorrência de uma anomalia refutará também a refutação do próprio paradigma.
A revolução só vai surgir do conflito de dois paradigmas para resolver o mesmo problema. Esta revolução surge de uma crise na ciência normal, que se dá quando os cientistas não conseguem resolver, segundo os parâmetros do paradigma, um problema que é genuinamente do paradigma. Ou seja, o problema que desembocará em uma crise na ciência normal é aquele problema que não tem solução à luz do paradigma e que não pode ser ignorado como tantos outros.
Há um mecanismo interno que permite o relaxamento do paradigma. O