PARADIGMAS EM PSICAN LISE UMA PROPOSTA
Paradigms in Psychoanalysis: a proposal
Renato Mezan
Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Professor titular da
PUC/SP
E-mail: rmezan@uol.com.br
Resumo: O texto discute algumas concepções atuais do que são “paradigmas” em psicanálise.
Seguindo uma sugestão de Greenberg e Mitchell, a proposta do autor consiste em localizá-los num nível elevado de abstração da teoria analítica, a saber, as escolhas metapsicológicas quanto aos elementos fundamentais que constituem a vida psíquica. Nessa perspectiva, três paradigmas se destacam: o pulsional, o relacional e o subjetal.
Palavras-chave: teoria psicanalítica, epistemologia da psicanálise, paradigmas, teoria pulsional, teoria das relações de objeto, Lacan, sujeito.
Abstract: The author discusses some current conceptions of paradigms in Psychoanalysis. His proposal, following Greenberg and Mitchell's suggestion, consists in locate them at a very high level of abstraction, namely the basic metapsychologic assumptions concerning the "building blocks" of psychic life. In this perspective, three paradigms stand clearly out: the drive paradigm, the relational paradigm and the subject paradigm.
Keywords: psychoanalytic theory, epistemology of Psychoanalysis, paradigms, drive theory, object relations theory, Lacan, subject.
Num belo artigo intitulado “Em toda a parte e em nenhuma”, Merleau-Ponty lembra que para Hegel “a história da filosofia é toda no presente”. As grandes filosofias são “indestrutíveis”, não por terem visto de maneira confusa e parcial aquilo que o Sistema de todas elas deveria poder restituir integral e claramente, mas antes “por terem implantado marcos – a reminiscência, as “idéias” de Platão, a physis de Aristóteles, o malin génie de Descartes – pelos quais a posteridade nunca poderia deixar de passar” (Merleau-Ponty 1962, p. 192).
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Para a discussão deste texto, a idéia merleau-pontyana dos marcos se revela preciosa.
Trata-se de