psicanalise
Dessa inda gação incessantemente retomada, desse vaivém entre passado e presente, os textos reunidos neste volume entrelaçam os fios: tratam de Foucault, Freud e Lacan, mas também da análise do poder, do corpo, da loucura e da ficção na história. Em vez de uma tentativa de misturar – entre história, psicanálise, linguística ou antropologia – os gêneros e os métodos, ou até mesmo de embaralhar as identidades dos saberes, Michel de Certeau empreende o deslocamento necessário de um conhecimento para outro, a fim de acompanhar uma questão que, tendo surgido em determinado domínio, não recebeu tratamento satisfatório. Este livro traz a marca de uma exigência – rara – de pensamento.
Neste artigo, pretende-se analisar os diversos usos do termo e do conceito de paradigma para o estudo da psicanálise. Após esclarecer qual é o sentido e as características desse conceito, tal como propôs Thomas S. Kuhn, analisa-se como diversos autores, psicanalistas e filósofos, utilizaram com mais ou menos rigor o termo kuhniano. Considera-se que as noções de paradigma, léxico, incomensurabilidade, crise e revolução podem servir para a comunicação e o diálogo entre as diversas perspectivas teóricas da psicanálise, num momento em que diversos autores estão de acordo em reconhecer que há uma crise de comunicabilidade e de