A presença na ausência
Há pessoas que após vivenciarem experiências amargas, doloridas optam por continuar no calvário de suas ausências, não contribuindo em nada com sua capacidade de superação.
As perdas caras produzem saudade ou saudades. Ao produzir saudade abrem espaço para o melancólico, o triste, enfatizando a idéia de ruptura e desilusão. Ao produzir saudades engendram no ser o afeto, reproduzindo momentos de felicidade ao reviver ainda que por minutos ou segundos as alegrias outrora vividas diante de um fato, acontecimento ou alguém especial.
Assim se constitui a presença. Quem ama verdadeiramente consegue transformar a ausência material em presença espiritual. É uma presença que plenifica, mas que deixa lacunas devido a não interação concreta. É uma presença marcada por atos já realizados, palavras proferidas que foram cristalizadas no âmago dos ser.
Quantos momentos felizes são experimentados por pessoas que sabem acolher as oportunidades de presença. É tão gratificante ter bem presente entes queridos que foram arrebatados do convívio cotidiano. Essa presença ganha vivacidade quando confrontada em situações de recordação de fatos vividos e compartilhados em comunhão. Daí subtende-se a eficácia da comum união, carregada de caráter fraterno em que as pessoas comungam das