A política econômica do governo dilma
A política econômica do governo Dilma
Publicado em 09/05/2014 | Deixe um comentário
Por Ricardo Musse e Carlos Pissardo.
A partir de 2003, os governos do PT estabeleceram por meta principal a reversão da desigualdade social no Brasil. O propósito foi atingido por meio da combinação de distribuição direta de benefícios com aumento real de salários, a partir da elevação consistente de seu piso mínimo, e da ampliação da parcela da população com acesso ao crédito.
Essas políticas geraram consequências facilmente visíveis, como o desmonte de certas conformações políticas locais antirrepublicanas. Seu impacto na economia, no entanto, ainda não foi suficientemente reconhecido. Os programas que inicialmente apareciam como política civilizatória de um partido de esquerda tornaram-se o principal fundamento do ciclo de desenvolvimento que floresceu nos dois governos de Lula da Silva.
Invertendo o cínico clichê dos porta-vozes dos mercados, a divisão do bolo consistiu no principal motor de seu crescimento. Estudo do IPEA mostrou que cada um real gasto com o Bolsa Família teve um impacto de R$ 2,4 no consumo das famílias e R$ 1,78 no PIB. Tudo indica que esse efeito multiplicador dadistribuição de renda alavancou o PIB no período.
Tais resultados confirmam a experiência histórica de que o Brasil só obtém altastaxas de crescimento econômico por meio de políticas de inclusão social. Entre 1930 e 1980, período em que o PIB brasileiro manteve um ritmo acelerado, o motor dessa expansão extensiva foram os processos de urbanização e industrialização, capitaneados pela inserção de milhões de pessoas no mercado de trabalho e pela cobertura social da legislação trabalhista.
Por representar a continuidade desse projeto, Dilma Rousseff foi eleita em 2010. Desde então se verifica, entretanto, uma guinada no interior desse modelo. Por certo, seu governo manteve as políticas que propriciam a redução das