politica economica do governo Dilma
Presidente de entidade que representa setor afirma que indústria da cana-de-açúcar vive a maior crise de sua história PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO 14/4/14
A indústria do etanol vive a maior crise de sua história e a responsável é a política econômica do governo Dilma Rousseff. Esse é o alerta de Elizabeth Farina, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Ao longo das cinco safras recentes, 44 usinas fecharam (de um total de 384). Das usinas atuantes, há 33 em recuperação judicial e 12 não vão moer cana este ano. "As políticas de controle de preço da gasolina e de redução da Cide [Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico] foram mortais para o setor", afirma Farina. A Folha apurou que alguns empresários do setor, que foi grande doador em eleições passadas, ameaçam não contribuir para a campanha à reeleição de Dilma, de tão descontentes com as medidas. "Lula falava que os usineiros eram heróis, que o Brasil ia ser a Opep do etanol. Era uma sinalização do papel central que o etanol tinha na economia do país", diz Farina. Já a presidente Dilma "parece que ficou com uma mágoa" do setor, que fatura US$ 48 bilhões por ano.
Folha - Qual é a situação do setor sucroalcooleiro hoje? Elizabeth Farina - O setor vive a maior crise de sua história. Só nas últimas cinco safras, 44 usinas fecharam as portas, sendo 25 no Estado de São Paulo. Há ainda 33 usinas em recuperação judicial. O endividamento é altíssimo. Em 20% das usinas, 30% da receita estão comprometidos com serviço da dívida (juros e amortizações). Perdemos associados, que pararam de pagar a associação porque estão em dificuldades. Oitenta mil pessoas foram demitidas.
Como o setor chegou a uma crise dessas proporções? De 2003 a 2009, tivemos um ciclo virtuoso de investimento. O preço do petróleo estava subindo e era refletido nos preços domésticos. Havia Cide de R$ 0,28 por litro de gasolina, que dava competitividade ao etanol, e