A Politeia Aristotélica
Aristóteles descreve n’A Política seis formas de governo - ou de se governar – dicôtomas pela presença ou não da . Um governo que é pautado pela justiça, traz na existência da πολις uma conformidade com o cosmos. Entende-se aqui a disposição da πολις não como mera análise social acerca daquilo em que se diferem os cidadãos (aqueles que a compõem) e os grupos da mesma a quais pertencem, mas como organização com tamanha clareza que alcance a todos aqueles que a compõem. Uma organização que situa o indivíduo de maneira tal que lhe é possível ver a si mesmo na disposição da πολις, tanto numa perspectiva micro(ele inserido na πολις) quanto macro-cosmológica(a πολις como um todo que, em sua unidade, é identificada a conformidade com a unidade do próprio ser [“sujeito”] individual). Demorar-se em tal descrição é pertinente pela constância com que essa perspectiva é presente no texto de Aristóteles. Só se pode entender de fato o objeto de análise aristotélico quando se percebe que no mesmo está assumida uma unidade composta por partes subjacentes e que tal unidade é compreendida por todo e qualquer ser provido de λóγος justamente pois tais seres podem identificar tal unidade presente em si mesmos. É assim, entendendo um sistema como harmonioso ou não, e perscrutando as relações presentes no mesmo, que se discorre em A Política. Dentre as maneiras político-organizacionais de Aristóteles, temos três aquelas que são tidas como boas. Diferenciando-se pela quantidade representativa, ou seja, pela quantidade de homens que comandam a cidade temos:
- A Realeza, como forma de se governar com o máximo da centralização do poder, cerrado numa só pessoa. Aquele que bem governa sob tais condições teria condensado em si as mais nobres atribuições ético-políticas. - A Aristocracia, o governo dos poucos, dos melhores. Um pequeno grupo, que como tal delibera acerca de todas as