A paisagem urbana é uma construção histórica
A paisagem urbana é uma construção histórica. Seu aspecto geral é a sedimentação concreta das sociedades humanas que se fazem nas infinitas relações produzidas na cidade. Nessa medida, o desenhar das ruas, a elevação dos prédios, as praças, os monumentos, enfim, não são mais do que as testemunhas dos inúmeros interesses que se entrechocam e se sintetizam na urbe. Irremediavelmente, as marcas da cidade são as marcas da sociedade que vive nessa cidade, mais ou menos influenciada por elementos externos.
O que é preciso discutir, na construção da nossa cidade, não é sua funcionalidade. O pelourinho, como mobiliário urbano, era tecnicamente perfeito para seu uso, mas a função que ele exercia na sociedade escravocrata era defensável? A função social, portanto, também precisa estar no campo das ponderações para a ocupação do espaço urbano. Sem esse cuidado, não saberemos que cidade queremos e, por consequência, também não saberemos que sociedade urbana teremos.
Segundo o arquiteto, Boldarine, Marcos “As intervenções hoje se dão em uma cidade consolidada, conformada por um meio complexo de funções, resultado de um longo e contínuo processo de transformação do