Arquitetura - PH
Daiane Evangelista de Oliveira¹
RESUMO:
A necessidade de se estudar as paisagens existentes nos centros urbanos e a compreensão de uma visão integradora dos conjuntos de elementos que formam o espaço construído das cidades vem à muito tempo sendo discutida, e acabam por ocasionar um novo modo de se pensar a vida urbana. A algum tempo as cidades passaram a ser vistas a partir de uma perspectiva urbanística moderna, onde o espaço urbano deve ser cada vez mais naturalizado para garantir o “bem-estar” da população. Porém, deve-se lembrar que “a cidade não pode ser vista meramente como um mecanismo físico, natural ou uma construção artificial, “esta é envolvida nos processos vitais das pessoas que a compõe; é um produto da natureza e particularmente da natureza humana” (ROBERT EZRA PARK,1973). A cidade possui uma história, a qual pode ser estruturada a partir da própria historia do homem, o que ressalta a importância de se ater para a interferência da cultura no decorrer do seu processo de construção, tendo em vista a predominância da ação do homem nos centros urbanos, e sua contribuição na criação de paisagens distintas. De acordo com Sauer (1998) há uma diferença entre paisagem natural e paisagem cultural. Para este autor, a primeira corresponderia à paisagem originária antes da introdução das atividades antrópicas, sendo representada por fatos morfológicos, enquanto a segunda seria uma derivação da paisagem natural e expressa pelos trabalhos do homem. Porém, esta definição se torna muito mais difícil e ambígua ao se tratar da conceituação de paisagem atribuída às praças, pois estas são por muitas vezes consideradas “espaços urbanos naturais”, devido a presença de vegetação, mas que por agregarem valores através da sucessão de culturas, são espaços muito mais complexos. Neste contexto, a proposta do