A Origem do pensamento Grego
CENTRO DE ARTES HUMANIDADES E LETRAS - CAHL
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA
DOCENTE: SÉRGIO FERNANDES
DISCENTE: LAÍS FERNANDA GONÇALVES PEREIRA
CURSO: ARTES VISUAIS - 1° SEMESTRE
RESENHA
VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. “O universo espiritual da polis”. Cap. IV. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. Pág. 34-47.
Nesse capítulo, o autor propõe a polis como uma grande invenção, cuja originalidade vem de alguns aspectos que interagem constituindo uma espécie de universo espiritual, estabelecido durante os séculos VI e V aC. Os três fatores destacados são: a predominância da palavra, o desenvolvimento de práticas públicas e o surgimento da concepção de semelhança e igualdade entre os cidadãos.
A palavra se torna o mais extraordinário instrumento de poder do Estado e se apresenta de modo diferente da eficácia dos ritos religiosos ou dos ditos soberanos do rei. A palavra agora é debate, argumentação que busca a persuasão de um auditório, uma escolha diante de dois discursos, favorecendo a arte da oratória, a retórica e a sofística. Tudo isso se torna a base para a busca de
Aristóteles por uma lógica do verdadeiro que ultrapasse a lógica do verossímil, típica dos embates práticos travados nas assembleias ou nos tribunais.
Ao lado da politização da palavra, uma plena publicidade das manifestações políticas, sociais e culturais vai se estabelecendo, formando um domínio público que se opõe tanto aos assuntos privados quando aos procedimentos secretos. Uma maior democratização e divulgação de todos os aspectos constitutivos da vida social faz com que, como acontecia no âmbito político, também no âmbito intelectual e cultural aconteça uma ampliação, de maneira que a vida espiritual deixa de ser um privilégio de uma pequena aristocracia para se estender a todos os cidadãos.
A escrita, tornada um bem comum, é quem vai fornecer o meio para que conhecimentos sejam ampliados e a vida intelectual também democratizada. Do