A origem da questão social
I- Qual a origem da “questão social”?
A princípio autores humanistas denunciavam por meio de seus escritos as mazelas sociais da dissolução do modo de produção feudal e o consequente nascimento do capitalismo. A expressão “questão social” surgiu na terceira década do século XIX durante o período da Revolução Industrial, onde a ideia da desigualdade social, vista como um fato natural, aceitável e ate mesmo inalterável, foi desconstruída. A expressão “questão social” era usada por diversos críticos sociais para descrever as condições de vida miseráveis as quais a enorme massa de trabalhadores fora submetida no inicio do capitalismo.
A emergência do modo de produção capitalista fez-se sentir em todas as esferas da vida humana. A agricultura britânica viveu momentos de profundas rupturas e transformações. A posse da terra passou por um processo de concentração nas mãos de grandes proprietários, com a desapropriação dos pequenos lotes familiares, das terras da Igreja e das terras comunais dos camponeses medievais. Tal processo levou a um maciço êxodo rural, aumentando a população urbana e a oferta de mão de obra para a manufatura. Os trabalhadores rurais viram-se no meio de um turbilhão de mudanças que mal podiam compreender. Expulsos de suas terras, alijados dos seus meios de produção e de reprodução social, eram obrigados a subsistir nas cidades urbanas em péssimas condições de vida. Pois era o lugar onde poderiam vender sua única mercadoria, a força de trabalho.
Porém com a Revolução Industrial, houve a incorporação dos avanços técnicos e científicos no processo de produção, onde possibilitou aos trabalhadores, na orbita do capital, produzirem mais em menos tempo, reduzindo assim o tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de mercadorias, ampliando simultaneamente o tempo de trabalho excedente, ou mais-valia. E com isso os empresários capitalistas deixaram de investir em capital variável, no caso força de trabalho, e aumentaram