luiz eduardo dias
Contrariando o habitual, vi o filme As Aventuras de Pi antes de pegar no livro, aliás foi meu primeiro filme de 2013, junto com parte da equipe do Bookeando. Era um dos livros e, consequentemente um dos filmes, pelo qual mais ansiava esse ano. Ao assistir a linda – e emocionante – adaptação da história de Ang Lee para as telonas, a curiosidade para por os olhos no livro só aumentou.
A história é contada em primeira pessoa pelo protagonista Piscine Molitor Patel, o Pi, ao ser entrevistado por um autor canadense em busca de inspiração para seu novo romance. Pi nasceu e foi criado em Pondicherry, uma cidade de colonização francesa na Índia, sua família era dona e responsável por um Zoológico no jardim botânico da cidade. Pi foi criado com animais selvagens no quintal, admirando sua beleza e temendo sua ferocidade.
Piscine, além do nome inspirado na mais bela piscina de Paris, foi um garoto incomum por ter escolhido ser hindu, cristão, muçulmano e judeu, sendo a cada religião durante um período de sua infância, acabando por encontrar motivos de admiração em todas. Porém, isso não era bem visto por seus pais, praticamente ateus.
Uma vez, um imbecil me expulsou da Grande Mesquita. Quando fui à igreja, o padre ficou me olhando com uma cara tão feia que não consegui sentir a paz de Cristo. Às vezes, um brâmane me enxotava do culto num templo hindu. A