A oralidade e a escrita na eja
1 . Fala e Escrita na perspectiva tradicionalista:
Muitas pesquisas têm sido feitas ultimamente acerca da língua falada, comparando-a com a modalidade escrita. Mas, apesar de todos esses estudos, ainda há muito a se pesquisar e discutir em relação a essas modalidades, tão distintas à primeira vista, mas ao mesmo tempo tão próximas.
Até mesmo as gramáticas abordam a relação fala/escrita dentro da perspectiva da modalidade escrita. Mostrando, dessa forma, uma visão preconceituosa da língua falada. Os gramáticos, na verdade, pensam a fala como o local do erro, equivocando-se em confundir a língua com a gramática codificada.
Mesmo com tantas pesquisas de qualidade sendo feitas na área do estudo da linguagem falada, a tradição normativa da Gramática Tradicional ainda se preocupa, quase que exclusivamente, com o ensino e a descrição da norma escrita da língua.
Os pesquisadores da língua falada jamais disseram que era para descartar a língua escrita. O que disseram era que atingiríamos com mais eficácia a língua escrita se começássemos nossa prática escolar pela reflexão sobre a língua falada. O fato é que a língua falada é mais reveladora que a escrita quanto aos processos constitutivos da linguagem humana.
Assim empobrecida, a gramática se reduziu a um conjunto de cânones, que se deve decorar "para passar no concurso", "para passar no vestibular". Quer dizer, a gramática não tem mais um objetivo próprio, e ainda sobrevive porque alguns tradicionalistas elaboram provas cheias de regras gramaticais para selecionar candidatos, quer seja para uma vaga na universidade, quer seja para um cargo público.
1. . Apresentação do problema:
O aproveitamento do conhecimento lingüístico de que o aluno já dispõe é uma ótima estratégia para diminuir a evasão escolar, uma vez que muitos alunos deixam a escola por desinteresse ao que está sendo ensinado. Através da língua falada poder-se-ia chegar à língua