Oralidade e Escrita
Fernanda Khalil2
RESUMO:
Em uma sociedade capitalista como a nossa, onde se a exclusão ou inclusão social se define primordialmente pelo poder aquisitivo, educação pode ser um elemento democratizador no processo de entrada ao mercado de trabalho. Entretanto, por diversos motivos, muitos jovens se afastam da escola no chamado “período regular” e regressam a ela mais tarde, em busca de compensar o tempo perdido. Agora mais maduro, este jovem volta para escola com nova perspectiva. O seu tempo de afastamento, porém, foi recheado de experiências, acontecimentos, os quais, de uma forma ou de outra, envolveram linguagem, ainda que muito mais a falada, pensada, sentida do que a escrita propriamente dita. Nestes casos, geralmente próprio de alunos de EJA, é mais comum perceber maior desnivelamento entre habilidades da fala em relação à escrita. Pois, se tratando de crianças, a apreensão da oralidade acontece quase que concomitantemente à da escrita. Dentro deste contexto, lança-se um desafio aos profissionais de educação em reestruturar as políticas e metodologias a serem aplicadas no processo de ensino e aprendizagem de jovens e adultos.
Palavras chave: EJA, Projovem, linguagem, educação.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo analisar os limiares entre língua falada e língua escrita tendo como base as produções escritas dos alunos do Projovem Urbano da cidade de Paranaguá. Em um primeiro abordar-se-á as teorias perspectivas do EJA e do programa Projovem Urbano. Em seguida será feita uma reflexão sobre linguagem falada e linguagem escrita, buscando perceber suas intersecções e seus limiares, observando primeiramente dentro do contexto do letramento infantil e suas diferenciações e peculiaridades na educação de jovens e adultos. Os jovens serão colocados em maior evidência neste trabalho por trazerem com maior evidência a problemática da linguagem do jovem, sua produção escolar e sua