O Século de Ouro em Goiás
Goiânia, 2014
O Descobrimento de Goiás Na ultima década do século XVIII, foi descoberto o ouro de minas, tornando-se, assim, realidade os sonhos e os esforços descontínuos de século e meio. Os descobrimentos se sucederam rápidos: Ouro Preto, Rio das Velhas, Mariana, Rio das Mortes, alto Rio Doce. Logo acorreram para lá multidões de aventureiros, movidos pela “sede insaciável de ouro". Situado entre Minas, São Paulo e Mato Grosso, o ouro goiano não podia ficar oculto por muito tempo. Os paulistas, para quem vagar pelo deserto tinha-se constituído numa segunda natureza, não podiam deixar de tentar a exploração desse território ainda virgem, na busca de novos “descobertos”. Em 1720, Bartolomeu Paes, posteriormente sócio da bandeira do Anhangüera, ofereceu-se ao rei para abrir o caminho até o Rio Grande. O Conde de Assumar, governador de São Paulo, contratava, ao mesmo tempo, o caminho por terra para Cuiabá com Gabriel Antunes Maciel, que acabou desistindo, pelo grande custo da empresa. Bartolomeu Paes perdeu todas as despesas feitas. Mas, de repente, a situação se inverte. Descobrem-se primeiro as minas das Gerais, pouco depois as de Cuiabá. Era a confirmação das antigas teorias e dos antigos rumores. Tudo estava a indicar que o sertão dos Goiazes, continuidade entre ambas as "minas", também devia fazer parte deste novo eldorado. Confirmavam-se, assim, indiretamente, as velhas tradições do ouro da lagoa de Paraopava e dos Martírios. Assim, com o favor oficial e a impaciência empreendedora dos paulistas, preparava-se em São Paulo, no começo da terceira década do século XVIII, o descobrimento definitivo de Goiás. Descobrimento definitivo, pois percorrido regularmente durante mais de um século pelas bandeiras, descritos seus caminhos nos roteiros, representado em São Paulo e nas demais capitanias pelos índios cativos de suas tribos, mal se pode dizer que antes do Anhangüera Goiás fosse