“A Operação Pan-Americana no contexto da Política Externa de JK”
Por Marina Luisa Felsky
O fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 serviu para marcar e mudar o cenário internacional como um todo. Suas consequências, diretas e indiretas, atingiram não só os países-palco dos conflitos, mas tiveram proporções globais. O surgimento dos Estados Unidos como super-potêncial mundial fez com que sua postura perante o cenário internacional mudasse de maneira muito significativa. Como podemos ler no texto de Alexandra de Mello e Silva, os Estados Unidos passaram a atuar globalmente, com políticas voltadas ao desenvolvimento econômico dos países afetados pela guerra através de estratégias como a Doutrina Monroe. Estas metas tomaram proporções ainda maiores com o início e intensificação da Guerra Fria contra a URSS. O combate ideológico impulsionou os Estados Unidos a investirem econômica e socialmente nos mais diversos países para manter aliados e possivelmente vencer a potencia comunista no conflito. Neste contexto, o tratamento dispensado a América Latina havia sido completamente secundarizado. O continente já não apresentava mais risco de uma “invasão” do pensamento inimigo e à harmonia das democracias ocidentais. Portanto, todo o continente foi relegado ao segundo plano das prioridades norte-americanas.
Tal tratamento gerou muito descontentamento entre as nações do continente americano, uma vez que estas sempre foram parceiras dos Estados Unidos e disputaram seus conflitos fielmente. Tal choque talvez tenha sido ainda maior para o governo brasileiro. Tradicionalmente, a Politica Externa Brasileira buscava manter um alinhamento, mesmo que tênue, com os Estados Unidos. Mesmo com a politica da “equidistância pragmática” de Vargas, o governo brasileiro jamais se afastou dos companheiros do norte significativamente.
Juscelino Kubitschek assumiu a presidência do Brasil após um período de apoio irrestrito do governo Dutra aos Estados Unidos e viu as expectativas de um