A música como forma de expressao
A Ditadura Militar (1964 – 1985) e a produção musical
O regime militar assumiu o poder no Brasil em 1964, em um golpe de Estado que derrubou João Goulart do cargo da presidência da República. Durante seus 21 anos, opositores políticos foram presos e torturados ou mortos, e outros tiveram de recorrer ao exílio para se salvar. Nesse grupo de opositores políticos estavam inclusos vários artistas que faziam críticas ao governo. Assim que chegaram ao poder, os militares diminuíram a liberdade de imprensa e a de expressão, e a liberdade artística foi muito prejudicada por métodos como a censura prévia. As coisas pioraram para artistas, jornalistas e intelectuais em 1968, quando a ditadura instituiu o AI-5, e a repressão aumentou. Os anos entre 1968 e 1973 foram marcados por grande crescimento econômico e forte repressão política. Quando a economia começou a entrar em colapso, começou a abertura política. Em 1979 veio a anistia ampla, geral e irrestrita e foram surgindo movimentos populares como as Diretas Já!, e em 1985, assumiu novamente um presidente civil.
Quando o regime endureceu, a censura e a repressão à produção cultural se intensificaram, foi gerado o que o escritor Alceu Amoroso de Lima classificava como “terrorismo cultural”, já que qualquer tipo de expressão cultural, seja recitada, cantada, escrita ou representada, era motivo para perseguição por parte do governo militar. Neste período da história brasileira, as produções culturais tinham de ser revisadas e aprovadas pelo governo para poderem circular. Não raro, os censores trocavam palavras, frases ou expressões de músicas ou falas de uma peça por acharem algo ‘inadequado’ nas originais. É certo que uma música que falasse mal do governo (e este percebesse) seria censurada e não poderia ser veiculada. De um modo geral, para suas canções não serem censuradas e para os próprios compositores não sofrerem os abusos da ditadura,