A Mídia e o Lugar da História
FAKE!: É bonito, mas é arte?
Renan Francis Moisés
REFERÊNCIA:
WELLES, Orson; REICHENBACH, François; ANTOINE, Dominique; DREWITT, Richard. F for Fake. [S.I.]: The Criterion Collection Two-disc special edition including audio commentary by Oja Kodar and Gary Graver, an introduction by Peter Bogdanovich, and the documentary Orson Welles: One-Man Band, 2005. 2 DVDs (85 min).
Pode ter sido um dia foggy de inverno em uma estação de trem em algum lugar na Europa, ou algum studio qualquer devidamente caracterizado na America, o lugar que Orson Welles, diretor – e ator – de F for Fake escolheu para rodar a primeira sequencia do longa de 1973, de 98 minutos, que fala sobre Elmyr de Hori, maior falsificador de arte de todos os tempos em números de obras, Clifford Irving, seu biografo e sobre falsificações e autenticidade no mundo da arte. Caracterizado como mágico, as primeiras cenas de F for Fake, mostra o diretor-ator transformando uma chave em moeda, depois novamente em chave, objetos que se encontravam no bolso de um menino. Instantes depois mostra François Reichenbach por trás de uma câmera junto a sua equipe de filmagem. A hipótese de filme de ficção logo cai sobre terra. Seria então um documentário? Uma obra sobre a verdade dos fatos? Welles tenta nos convencer de que sim, de que nos próximos sessenta minutos, tudo o que assistirmos será a mais pura verdade em seu filme que começou com um truque de mágica:
Senhoras e senhores, permitam-me apresentar, esse é um filme sobre trapaça, fraude. Sobre mentiras.
Sentado em sua cadeira em uma sala de edição, o diretor começa a costurar a história que quer contar sobre Elmyr de Hori, utilizando sequencias anteriormente gravadas por Reichenbach para um outro documentário: Elmyr de Hori seria o maior falsificador de arte de todos os tempos, tendo falsificado mais de xx quadros de grandes nomes como Modigliani e Picasso. Ao confrontar depoimentos