020329781848
3465 palavras
14 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DINÂMICAS TERRITORIAIS
E SOCIEDADE NA AMAZÔNIA
Candidato: Eliude de Sousa Rocha
Acontecimento e Memória: uma análise do Massacre de Eldorado dos Carajás na perspectivada memória discursiva
Linha de pesquisa: Produção discursiva e dinâmica socioterritoriais
Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia como requisito de avaliação para seleção de mestrado.
Xinguara, 20 de Outubro de 2013
Acontecimento e Memória: uma análise do Massacre de Eldorado dos Carajás na perspectivada memória discursiva
Introdução
Nessa pesquisa, temos como propósito investigar de que modo os já-ditos são retomados nos textos de mídias como nos jornais Folha de São Paulo e Jornal Sem Terra, que retratam o Massacre de Eldorado. Pretendemos observar de que maneira esses veículos atualizam em seus textos sentidos ditos anteriormente, uma vez que os discursos dessas mídias lançam mão de uma memória discursiva, memória essa que garante que esses dizeres façam sentido. Nosso interesse será dispensado às publicações vinculadas por essas mídias a partir do ano de 1996 até o ano de 2013.
Em 17 de abril de 1996, ocorreu, no interior do Estado do Pará, a tragédia que ficou conhecida como o Massacre de Eldorado dos Carajás. Naquele dia, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam a então rodovia estadual PA 150 em forma de protesto em favor da reforma agrária. Valendo-se da justificativa da necessidade de desobstruir a rodovia, a Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes, assassinando 19 trabalhadores e deixando 51 feridos, marcando a história com esse que, provavelmente, tenha sido o maior massacre de trabalhadores do país. Longe de acontecimento isolado, o massacre sinaliza para embates que se reiteram nas dinâmicas relativas à posse da terra no Pará como no restante